Março 23, 2020
Paulo Pinto
Dia 10, 23 de março. Atualização dos números oficiais, 2060 infetados, 23 mortos. O assunto não domina, antes esmaga qualquer portal informativo ou capa de jornal. Não há boas notícias. A situação em Itália e Espanha continua crítica e surgem números nada tranquilizadores sobre outros continentes. Tenho a perceção clara de que estamos em plena tempestade e que a bonança ainda vem longe. A pior sensação é a de incerteza, e sobre tanta coisa. A pandemia abala certezas e coisas que tínhamos por seguras, e sobre as quais nem pensávamos.
Em casa, reorganizam-se rotinas. Agora somos (novamente) quatro. O recém-chegado ajusta-se como pode, sujeito a uma semi-quarentena interna, a fim de minimizar riscos. Para ele, é um duplo choque, após 3 anos no Dubai. A meio do dia, recebi a notícia-choque: os Emirados Árabes Unidos encerraram os aeroportos. Não há saídas, entradas ou escalas. Uma sensação de alívio, evidentemente. Foi esta possibilidade que me fez, na noite de sexta-feira, mandar às urtigas a reserva anterior (para dia 27) e antecipar o regresso para domingo, mas estava longe de imaginar que seria tão à justa. Por um fio.
Amanhã será mais um dia. Um de cada vez.